Quando olhamos para o céu, nós, meros espectadores, percebemos que as estrelas têm diferentes intensidades de brilho. Algumas brilham intensamente enquanto outras quase não são perceptíveis, a maioria delas estando invisíveis a olho nu e sendo possível observar somente com auxílio de instrumentos como telescópios e câmeras especiais.
A fim de classificar as intensidades de brilho, os astrônomos criaram uma escala de magnitude. A ideia vem desde os antigos astrônomos gregos Hiparco e Ptolomeu. Assim, foram descritas as estrelas de primeira magnitude, as mais fortes, as de segunda magnitude, logo em seguida, com brilho mais fraco, e assim por diante até a de sexta magnitude, cem vezes menos brilhantes que as primeiras.
Mas essa escala mostrou-se incompleta, pois muitos astros tem brilho mais intenso que as classificadas na primeira magnitude, tendo que se criar as magnitudes zero e as negativas. Sirius (constelação do Cão Maior), a estrela mais brilhante no céu noturno, tem magnitude menos 1, já o Sol, menos 27.
A intensidade do brilho perceptível pouco ou nada dizem sobre o tamanho dos astros. Dado que Sirius é mais de 20 vezes mais brilhante e 2,6 vezes mais massivo que o Sol.
Como bem disse Hilda Hilst, em número hiperbólico, em Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão.
Ode descontínua e remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio.
Canto VI
Três luas, Dionísio, não te vejo.
Três luas percorro a Casa, a minha,
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez digo à minha estrela
Essa que é inteira prata, dez mil sóis
Sirius pressaga
Que Ariana pode estar sozinha
Sem Dionísio, sem riqueza ou fama
Porque há dentro dela um sol maior:
Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada, mais luzente e alta
Quando tu, Dionísio, não estás.
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