Formada por cinco estrelas, a constelação figura em muitas bandeiras e brasões mundo afora. Quatro delas são muito brilhantes, o que leva a algumas pessoas a crer que somente estas quatro constituem a constelação.
O brilho intenso e destacado no céu contrasta com a grande quantidade de manchas escuras que ladeiam a Cruz do Sul, como, por exemplo, a nebulosa escura conhecida por Saco de Carvão.
Cláudio Ptolomeu, astrônomo e matemático, já catalogara a constelação no século II, mas permaneceu ignorada até a época das grandes navegações, onde ganhou prestígio e importância entre os desbravadores do Novo Mundo. Nesta época viveu Fernão de Magalhães, o primeiro navegador a realizar a viagem de volta ao mundo numa embarcação. Uma das estrelas do Cruzeiro do Sul é uma homenagem ao navegador, a "Estrela de Magalhães". Sendo ela a Alfa Crux, estrela mais brilhante e de coloração alaranjada, a olho nu, e fica situada na base daconstelação, ou seja, o pé da cruz.
A estrela no topo da constelação, Gama Crux, é conhecida por "Rubídea" por ter coloração avermelhada.
Beta Crux é a mão esquerda da cruz. Segunda mais brilhante dentre elas e conhecida por "Mimosa". Já a mão direita é Delta Crux, conhecida por "Pálida" em virtude de seu brilho ser o mais fraco entre as quatro principais.
E, finalmente, Epsilon Crux é a famosa "Intrometida".
Há ainda uma sexta estrela, Zeta Crux, situada bem ao lado da Estrela de Magalhães. Ela é imperceptível a olho nu, mas com ajuda de uma luneta é possível observá-la. Não chega a ser uma estrela dupla, já que estão situadas a muita distância uma da outra. Apenas a posição aparente dá-nos esta impressão.
Sendo o Cruzeiro do Sul uma constelação tão marcante no sul celeste e visto, como já dito, um "sinal", o poeta Cssiano Ricardo tenta decifrar o sentido deste sinal com os versos:
Sinal do Céu
E uma cruz misteriosa de estrelas
abriu no céu os seus braços de luz
como uma enorme profecia:
Eu sou a cruz do cruzamento!
O cruzeiro do amor universal.
Eu tenho estes braços abertos
assim, na amplidão dos espaços
como que pra dizer: vinde todos!
que este céu é bastante profundo
e servirá de teto a todos quantos
sofrem no mundo;
que este chão é bastante fecundo
e dará de comer a todos quantos
têm fome, no mundo;
que estes rios darão de sobejo
pra mitigar a sede a todos quantos
têm sede, no mundo.
Sinal da cruz, descrucificador
porque signo de “mais”, de soma e aliança.
Eu sou a cruz do amor.
Um abraço de estrelas a quem chega
à procura de uma ilha
no mapa-múndi da desesperança.
Porque eu sou o caminho, ainda obscuro,
por onde, finalmente,
desfilará a humanidade do futuro.
[Cassiano Ricardo]
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