quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Planeta interestelar

Um planeta interestelar é um objeto de tamanho e massa planetária (massa suficiente para que sua própria gravidade supere as forças de corpo rígido, de modo que ele adquira uma forma de equilíbrio hidrostático, ou seja, semelhante a uma esfera) que não orbita diretamente uma estrela. Estes objetos foram ejetados do sistema planetário no qual se formaram ou nunca estiveram gravitacionalmente ligados a qualquer estrela. Especula-se que pode haver trilhões destes planetas só na Via Láctea.

Os panetas interestelares também podem ser chamados de planeta desgarrado, planeta nômade, planeta órfão, planeta errante, planeta sem estrela ou planeta sem sol. 

O termo planeta vem do grego "viajante" e tem ligações com a história, astrologia, ciência, mitologia e religião, de tal forma que no mundo antigo eram vistos por muitas culturas como divinos ou emissários de deuses. Desgarrados de qualquer força gravitacional estelar, os planetas interestelares seguem seus caminhos sem destino certo, sem vizinhos, sem se relacionarem com qualquer coisa perto. E ao contrário dos planetas interestelares, os planetas estelares seguem unidos às suas respectivas estrelas, e tendem a jamais terem qualquer tipo de interação em outros sistemas, tal como coisas normalmente tidas antagônicas, como "razão e emoção" expressas certa vez por Martha Medeiros:


Razão e emoção são dois planetas que não habitam

a mesma galáxia. Você sabe que sua dor é superável,

você sabe que amanhã vai encontrar um novo amor,

você sabe que é uma felizarda por ter saúde, família,

um teto para morar, mas você não sente assim.

E o sentimento é poderoso. Comanda-nos.

E a gente sucumbe. Feito um avião caindo do céu,

feito refém de um assalto do coração.


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Trecho de uma crônica no livro Non Stop.


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Cores do Céu

Quase sempre, quando nos referimos à beleza do céu, pensamos na noite e nas estrelas. Mas também muito lindas sao as coloracoes que apreciamos ao amanhecer e ao cair da tarde. Todas essas belas cores que vemos no céu, durante o dia, têm sua origem no Sol.

Cada raio de Sol contém todas as cores do  arco-iris: vermelho. laranja, amarelo, verde, azul, roxo e violeta. Quando essas cores se misturam, o resultado é a luz branca do Sol.

Falando sobre o arco-iris, dizia Erasmo Braga: "Sobre o oriente nublado, apareceu um lindo arco-iris duplo".

E facil observar esse fenomeno da decomposição das cores. E só pegar um cristal quer dizer, um pedaço de vidro cortado em angulo e deixar que a luz do Sol o atravesse. Do outro lado, vão aparecer as sete cores do arco-iris. A atmosfera que envolve a Terra funciona da mesma maneira que um cristal, decompondo a luz do Sol.

Repare so uma coisa quando o Sol está próximo do horizonte, logo ao amanhecer ou ao cair da tarde, ele parece avermelhado. Essa coloraçao é produzida porque, quando o Sol está próximo do horizonte, seus raios são obrigados a atravessar um longo caminho para chegar à Terra. Como grande parte dos raios azuis e amarelos é absorvida pela atmosfera mais espessa do horizonte, só os raios vermelhos conseguem atravessar o ar, chegando às nossas retinas. Acontece, então, que a difusão das cores  avermelhadas na atmosfera nos dá aquele tom de vermelho, que aos poucos vai diminuindo, à medida que o Sol se eleva.

No momento em que o Sol já está bem alto no horizonte especialmente ao meio-dia, os raios de todas as cores atravessam a atmosfera: pois, aí, as camadas de ar já são menos espessas

As moléculas da atmosfera absorvem mais os raios azuis que os raios vermelhos. E os raios amarelos mais que os vermelhos.

Essa é a razão pela qual os raios azuis espalham-se pelas moléculas da atmosfera, produzindo esse azul bonito do céu, pano de fundo para um poema de Olavo Bilac:

Lembra-se bem! Azul-celeste

Era essa alcova em que te amei.

O último beijo que me deste

Foi nessa alcova que tome!

E o firmamento que a reveste

Toda de um cálido fulgor:

-- Um firmamento em que puseste,

Como uma estrela, o teu amor.


 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Febe [3]




( X, 87 )


Olha estoutro debaxo, que esmaltado

De corpos lisos anda e radiantes,

Que também nele tem curso ordenado

E nos seus axes correm cintilantes.

Bem vês como se veste e faz ornado

Co largo Cinto de ouro, que estelantes

Animais doze traz afigurados,

Apousentos de Febo limitados.

Os Lusíadas, canto X, estrofe 87.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Planetas (por Camões)


( X, 89 )

Debaxo deste grande Firmamento,
Vês o céu de Saturno, Deus antigo;
Júpiter logo faz o movimento,
E Marte abaxo, bélico inimigo;

O claro Olho do céu, no quarto assento,
E Vénus, que os amores traz consigo;
Mercúrio, de eloquência soberana;
Com três rostos, debaxo vai Diana.


[Os Lusíadas, Canto X - Luís Vaz de Camões]

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